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A Doença de Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo que afeta os neurônios no cérebro, causando a sua deterioração ao longo do tempo.

Esta doença, que representa 60 a 80% dos casos de demência e é a sétima principal causa de morte no mundo, resulta em dificuldades com a memória, pensamento, comportamento e a capacidade de realizar tarefas diárias.

Os sintomas geralmente começam lentamente e pioram com o tempo.

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No início, pode haver dificuldade em lembrar informações recentes. Com o tempo, a doença pode afetar a capacidade de realizar tarefas diárias, como cozinhar ou limpar a casa.

Os sintomas mais comuns incluem dificuldade para se lembrar de eventos recentes, rápido esquecimento de informações, desorientação no tempo e espaço, dificuldades na comunicação e perda da capacidade de realizar as tarefas diárias ou cuidar de si.

A doença é caracterizada pela presença de placas amiloides beta extracelulares e emaranhados neurofibrilares intracelulares de proteína Tau hiperfosforilada no cérebro.

A causa exata dessas alterações patológicas é desconhecida, mas várias hipóteses foram propostas, incluindo a cascata amiloide, a hiperfosforilação da proteína Tau, a neurotransmissão glutaminérgica, colinérgica e adrenérgica, a neuroinflamação, a disfunção mitocondrial, o estresse oxidativo e a hipótese vascular.

A doença de Alzheimer é considerada multifatorial e está associada a vários fatores de risco, como idade, fatores genéticos e condições como hipercolesterolemia, hipertensão arterial e diabetes tipo 2.

A intervenção em fatores de risco modificáveis pode prevenir complicações que contribuem para o comprometimento cognitivo ou melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Atualmente, as opções de tratamento apenas aliviam os sintomas e ainda não existe uma cura efetiva para a doença.

Portanto, é crucial desenvolver estratégias de prevenção primária e secundária para prevenir a incidência ou progressão da doença.

Se você suspeitar que pode ter Alzheimer, é importante consultar um neurologista.

Ele pode realizar testes para avaliar a memória e o raciocínio, além de indicar exames de sangue para descartar outras doenças que causam alterações de memória.

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Embora o Alzheimer seja mais comum em pessoas com mais de 65 anos e em caso de histórico familiar da doença, depressão, surdez e tabagismo, o tratamento é feito com medicamentos que podem aliviar os sintomas e retardar a progressão da doença.

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Conheça alguma das estratégia de prevenção para o Alzheimer:

1. Reserva cognitiva

A “reserva cognitiva” é uma teoria que explica por que algumas pessoas conseguem manter suas habilidades cognitivas, mesmo quando têm danos cerebrais.

É como se o cérebro tivesse uma “reserva” de conexões entre neurônios que ele pode usar para compensar esses danos.

Pessoas com alto nível de escolaridade, ou que estão envolvidas em atividades ocupacionais, físicas, sociais e de lazer, tendem a ter uma maior reserva cognitiva.

Isso significa que elas têm uma capacidade maior de lidar com os danos cerebrais sem mostrar sinais de declínio cognitivo.

Por outro lado, estudos indicam que pessoas com baixo nível de escolaridade ou de realização profissional têm cerca de duas vezes mais risco de desenvolver demência.

Pessoas que têm um bom desempenho em atividades de lazer têm um risco menor de desenvolver demência.

Então, em resumo, manter o cérebro ativo e engajado pode ajudar a construir essa “reserva” e proteger contra o declínio cognitivo.

2. Dieta mediterrânea

A dieta mediterrânea pode ser uma grande aliada para a saúde do seu cérebro.

Ela é rica em frutas, legumes, vegetais, cereais integrais e nozes, e inclui o consumo moderado de peixe, aves e álcool.

Além disso, essa dieta prioriza o uso do azeite como principal fonte de gordura e recomenda um baixo consumo de carnes vermelhas e processadas.

Essa dieta é benéfica porque contém alimentos ricos em polifenóis, gorduras não saturadas e vitaminas antioxidantes, que ajudam a combater o estresse oxidativo e a inflamação no cérebro.

Por outro lado, as gorduras saturadas, que promovem a inflamação, são consumidas em menor quantidade.

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Estudos mostram que a dieta mediterrânea pode proteger contra o declínio cognitivo e a progressão da doença de Alzheimer.

Ela pode aumentar a espessura do córtex cerebral, reduzir a taxa de atrofia do hipocampo (uma região do cérebro importante para a memória), melhorar a conectividade estrutural do cérebro e diminuir o acúmulo de placas beta-amiloides, que são características da doença de Alzheimer.

Além disso, os antioxidantes presentes nas frutas e vegetais, como as vitaminas C e E, e os flavonoides derivados de plantas, podem reduzir a inflamação e a produção de radicais livres no cérebro, o que pode diminuir o risco de desenvolver a doença de Alzheimer em 38%. Os ômega 3, encontrados no peixe, também são muito benéficos, pois reduzem a inflamação, otimizam a transmissão de sinais entre os neurônios e melhoram a memória e a aprendizagem.

Portanto, seguir a dieta mediterrânea pode ser uma estratégia eficaz para prevenir e retardar o início ou a progressão da doença de Alzheimer.

3. Exercício físico

O exercício físico é muito importante para a saúde do cérebro.

Estudos mostram que pessoas que levam um estilo de vida fisicamente ativo têm um risco menor de ter problemas de memória e outras funções cognitivas.

Por exemplo, começar a fazer exercícios aeróbicos pode trazer melhorias significativas na memória e em outras funções cerebrais, mesmo para pessoas que já têm algum grau de demência.

Em experimentos com roedores, o exercício mostrou ser capaz de diminuir o tamanho de placas que se formam no cérebro na doença de Alzheimer, além de reduzir a perda de neurônios e melhorar a memória espacial.

Além disso, a atividade física em pessoas idosas pode reduzir marcadores inflamatórios no corpo, aumentar o fluxo de sangue para o cérebro, melhorando a oxigenação, e aumentar os níveis de substâncias que estimulam a formação de novos neurônios e a conexão entre eles.

Portanto, o exercício físico protege o cérebro de várias maneiras, desde a redução da pressão arterial e obesidade até a melhoria do perfil de gorduras no sangue. Então, manter-se fisicamente ativo é uma ótima estratégia para prevenir o declínio cognitivo.

Considerações finais

A doença de Alzheimer, embora seja uma condição devastadora e atualmente incurável, não é inevitável. As estratégias de prevenção que discutimos – reserva cognitiva, dieta mediterrânea e exercício físico – são todas acessíveis e têm o potencial de fazer uma diferença significativa.

A reserva cognitiva, fortalecida por atividades que desafiam a mente, pode oferecer uma defesa robusta contra o início do Alzheimer.

A dieta mediterrânea, com sua riqueza de antioxidantes e ácidos graxos ômega-3, pode nutrir e proteger o cérebro.

O exercício físico, especialmente o aeróbico, pode melhorar a saúde do cérebro e retardar o declínio cognitivo.

Embora essas estratégias não garantam a prevenção do Alzheimer, elas oferecem esperança e uma maneira proativa de abordar a saúde do cérebro. A adoção desses estilos de vida pode ajudar a prevenir ou retardar o início da doença. A chave é começar cedo e ser consistente. Afinal, um cérebro saudável é fundamental para uma vida saudável e gratificante. Portanto, cuide bem do seu cérebro – você só tem um.

Fonte: SILVA, Liliana Sofia da. Estratégias de prevenção primária e secundária da doença de Alzheimer. 2022. Tese de Doutorado.